quarta-feira, 27 de maio de 2015

ReB #2 O holograma de Tupac Shakur

 
 
Foi republicado, com alguns acrescentos, o meu texto sobre a "aparição" tecnológica de Tupac no festival Coachella, em 2012, oportunidade para reflectir sobre esse "pecado original" no hip-hop que é o gangster rap. Para ler no Rimas e Batidas (clicar).
 
Tupac foi alguém cujo desequilíbrio interior rimou com contradição, alguém capaz de escrever uma letra feminista como “Dear Mama” (Me Against the World, 1995) e, logo a seguir, assinar uma coisa – arrepiante só pelo título – como “Wonda Why They Call U Bitch” (All Eyez on Me, 1996). Depois, e mais importante, Tupac foi um daqueles artistas cuja carreira se não distingue, para o bem e – sobretudo no seu caso – para o mal, da sua vida pessoal, no sentido em que os seus discos mais não são do que o relato diarístico das angústias e obsessões que viveu ao longo de uma vida tumultuosa, com muitos picos e quedas… a pique. O que comporta especial interesse no gangster rap de Tupac é o facto de este se assumir como uma reflexão existencial, violenta e suicidária, de um homem cuja formação artística, política e intelectual não foi suficiente para o tirar das ruas e das más companhias (e que o levaram, inclusivamente, à prisão).
 
(Excerto)

Sem comentários: